Marcelo Jabulas | @mjabulas – Não sei se caras que da minha idade já “acionaram” uma espécie de contagem regressiva para abandonar o videogame. Eu nasci numa geração que cresceu com os jogos eletrônicos florescendo.
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Tenho quase a idade do Atari 2600. Joguei pela primeira vez em 1983 e desde então não parei de jogar. Claro que tive meus momentos de pausas longas. Uma delas foi em 1995, quando me desfiz de meu Super Nintendo. Aos 16 anos, torrei no SNES com biritas baratas e rolês aleatórios. Era hora de deixar de ser moleque.
Isso porque, para minha geração, videogame era um brinquedo. Eu dividia o joystick com carrinhos, bola, Playmobil e outras brincadeiras. Para meus pais, familiares e colegas mais velhos, videogame é um brinquedo até hoje. As crises para abandonar o “brinquedo” nunca terminaram.
Na época da faculdade de jornalismo, deixei o PS1 do meu primo caçula de lado por uma questão simples: dois trampos embolados com, matérias nos turnos da manhã e da noite, não me sobrava tempo para jogar.
Na época, meu cunhado apareceu com um Nintendo 64, com o cartucho de “Goldeneye”. Poxa! “Goldeneye” é coisa série, um compromisso. Mas a paciência da irmã dele se esgotou antes de passarmos a fase do relógio. Lembram dessa? Num trem, tinha o tempo certo para cortar a escotilha com o laser do relógio. Nunca finalizei.
Voltei a jogar no PC, de madrugada. Tinha uma máquina para produzir freelas de diagramação. Entre um serviço e outro, sobrava tempo para rodar “Medal of Honor” ou “GTA 3”. Para quem já quase não dormia, era só uma noite a menos.
Jogar por ofício
Quando entrei no jornal (como diagramador) comecei a produzir reviews de games. Era uma forma de mostrar serviço e cavar uma vaga na redação. Deu bom, ganhei uma coluna e até hoje escrevo sobre games, conciliando com todas as editorias de um jornal: polícia, cidades, esportes, economia, política e claro, veículos, que ainda é meu cavalo de batalha.
Quando meu filho nasceu, minha esposa tinha me dado um PS2. Certamente ela tinha se esquecido das madrugadas de “Goldeneye”. No alto dos meus 31 anos eu comecei a refletir: “agora sou pai, preciso largar isso!”. Dois anos depois, minha senhora (que detesta games) chegou em casa com um PS3, que estava em promoção no Extra. Depois veio o PS4. Deve ser por isso que sempre compro camisas do Cruzeiro para ela. Retribuição.
Hoje são quase 20 consoles. Meus amigos começaram a me presentear com aparelhos como Game Gear, PSP, Master System, NES, Super Nintendo. Até uma professora da minha pós-graduação me trouxe um Mega Drive de São Paulo.
Herdei também um Dreamcast, um Atari portátil. Também gastei com um Xbox 360, um Mega Drive (daquele com porta Micro SD), um Master System portátil (que é um joystick com cabo RCA), um N64 e um Switch Lite.
Gosto de ligá-los de vez em quando. Inclusive preciso testar um cabo novo para o Meia Quatro. Acho que se trata de uma carência de infância. Apesar de sempre ter jogado videogame, meus pais só compraram o Atari, em 1986, por pressão dos meus tios. Os demais vieram na base da catira.
Não sou afeto de jogar online. Acho um saco. Só passo raiva. Gosto de jogar sozinho ou com outro jogador do meu lado, para pode esconder o joystick sob a camisa. Bater boca e tirar sarro cara a cara. No PC, só jogo velharias, meu desktop é um ancião, mas que ainda roda tranqueiras do início do milênio.
Mas o barato mesmo é jogar antigueiras no smartphone. Rodar “Shinobi III” sentado num banco apertado da Latam tem o seu valor. Estou finalizando “Super Mario World” no meu celular. Save State é vida! E como eu tenho o cartucho original, não me venham dizer que estou fazendo algo errado.
Videogame de nova geração?
Tenho sido cobrado por algumas assessorias a entrar definitivamente na atual geração de consoles. Mas em pleno 2023 não tem sobrado cascalho para desembolsar quase R$ 5 mil num Xbox Series X ou num PS5. Até paquerei um Series S, mas vieram os livros do pequeno, IPVA e deixei para outro dia.
Aliás cada geração mostra como a indústria vem acompanhando nosso envelhecimento. Ela desenvolve games para a minha geração, assim como para a galera que chegou depois de mim e também conquista o pessoal da época dos meus velhos.
Comecei a jogar com meu filho com ele ainda pequeno, com os mesmos quatro anos, como eu. Jogávamos tudo que saía da franquia “LEGO”. Hoje, sou massacrado por ele em “FIFA” e “NBA 2K”, mas quando rola um “Street Fighter II” ou “Mortal Kombat”, eu imponho respeito. Também jogamos campanhas de “God of War”, “God of War: Ragnarok”, “Spider-Man”, “Tomb Raider” e muitos outros.
Quando recebi a cópia de “Resident Evil: Village”, testamos juntos. Mas obriguei ele a jogar comigo a fase da Casa da Boneca (no escuro). Não iria me borrar todo sozinho! Hoje, estamos jogando “The Last of Us: Remastered”, por conta da série. Tinha jogado pela primeira vez e 2013, no PS3, quando ele era muito novo.
Mas fato que essa angústia ainda me persegue. Passei dos 40 e sigo jogando, com menos intensidade, é claro. Dedos, nervos e músculos já reclamam depois de uma maratona. O colesterol e o joelho também. No entanto, logo chegarão os 50 e os 60. E me pergunto: se eu parar, quem vai jogar com meus netos? Afinal, o pai deles terá que pagar o IPVA e tudo mais que vem no pacote!
Cara fica de boa, eu faço 51 semana que vem e ainda jogo bastante, kkkk, e com cloud do Xbox jogo em qualquer lugar
Tenho alguns motivos para nunca parar de jogor esses jogos.
Diversão: A razão mais óbvia para jogar jogos eletrônicos é a diversão. Jogos são projetados para serem envolventes e desafiadores, fornecendo aos jogadores um senso de realização e satisfação quando completam objetivos e avançam para níveis mais difíceis.
Relaxamento: Muitas pessoas jogam jogos eletrônicos como uma forma de relaxar e escapar do estresse do dia a dia. Jogar jogos pode ajudar a reduzir os níveis de estresse e ansiedade, proporcionando uma distração bem-vinda das preocupações cotidianas.
Desenvolvimento de habilidades: Jogar jogos eletrônicos pode ajudar a desenvolver uma variedade de habilidades, desde habilidades motoras finas e coordenação até resolução de problemas e tomada de decisões. Jogos também podem ajudar a melhorar a memória e o raciocínio lógico.
Socialização: Jogos eletrônicos também podem ser uma forma de socializar e se conectar com outras pessoas. Muitos jogos permitem que os jogadores joguem com amigos ou conheçam novas pessoas online, criando uma comunidade de jogadores.
Acesso fácil: Com a popularização dos dispositivos móveis e a disponibilidade de jogos em plataformas online, os jogos eletrônicos se tornaram uma forma fácil e acessível de entretenimento. Jogadores podem jogar jogos em qualquer lugar e a qualquer hora, sem precisar investir em equipamentos ou acessórios caros.