Marcelo Jabulas |@mjabulas – O porco-espinho mais rápido dos games acaba de completar 30 anos. “Sonic: The Hedgehog” foi lançado em 23 de junho de 1991 para Mega Drive (Genesis) como parte da ofensiva da Sega para tomar mercado da Nintendo.
Apesar de o aparelho 16 bits ter sido lançado em 1989, com poder de processamento muito superior ao NES, a Sega tinha dificuldades para ganhar espaço, principalmente nos Estados Unidos, onde a Big N tinha mais de 90% de participação no mercado de games.
Sonic foi criado para ser a antítese de Mario. Enquanto o bombeiro hidráulico era um sujeito gordinho e simpático, Sonic era um jovem rebelde. A ideia da Sega era desvincular o conceito de que videogame era um brinquedo infantil e que poderia alcançar o público adolescente. E o porco-espinho representava esse pensamento.
O personagem também tinha que ser veloz. A agilidade do protagonista era capaz de demonstrar todo potencial do hardware do Mega Drive e mostrar que o seu console era tão sofisticado como o revolucionário Super Nintendo, lançado em novembro de 1990.
Porco-espinho
Quando os executivos da Sega definiram o projeto “Sonic”, os designers apresentaram diferentes criaturas humanoides. Hoje, Sonic é um bichinho simpático e minimalista, fácil de desenhar. Mas levou tempo para que os executivos encontrassem o personagem ideal.
A Sega não queria apenas que ele protagonizasse um jogo moderno, mas Sonic seria a cara da Sega. Os designers testaram vários bichos, entre eles um coelho. Naoto Ohshima então trouxe a ideia do porco-espinho. Coube ao programador Yuji Naka dar vida ao desenho.
E não demorou para o bicho cair nas graças do executivos devido aos espinhos nas costas que tornavam ele invencível quando rolava. E deu certo, Sonic é ainda hoje o sinônimo da Sega.
A popularidade do porco-espinho foi tamanha, que a Sega emplacou sua imagem tem tudo que podia. Ela foi patrocinadora da Fórmula 1 e da Williams. Inclusive, Ayrton Senna recebeu um troféu com o personagem, após conquistar o GP da Europa, disputado no circuito inglês de Donington Park, em 1993.
Sonic na prática
“Sonic” coloca o jogador na pele do porco-espinho azul que precisa defender seu mundo do cientista Dr. Robotnik. O vilão transformou os animais em robôs e se apossou das Esmeraldas do Caos.
E diante desse cenário, Sonic precisa usar seus espinhos para se defender e também libertar os bichos das carapaças robotizadas. O game tem estilo Side Scrolling 2D, formato dominante da indústria de jogos naqueles anos.
A grande diferença é que não se tratava de um mapa linear ou com poucas plataformas. Em cada cenário o game explora fases com diferentes elevações, loopings, túneis, rampas e tudo mais necessário para que Sonic exibisse suas habilidades acrobáticas.
O personagem possui poderes como invencibilidade, bolha de proteção e tênis de super velocidade. Tudo isso ampliava o dinamismo da aventura, que contava com fases secretas e anéis no lugar das moedinhas de “Super Mario”.
“Sonic” se tornou um sucesso imediato. Em seis meses de vendas, o game acumulou dois milhões de cópias ao redor do mundo. Metade das vendas foram apenas nos Estados Unidos.
O porco-espinho protagonizou mais de 60 jogos desde então. Além das sequências da franquia principal, Sonic ainda figurou em games de corridas, jogos educacionais, assim como o game de esportes em que divide as atenções com Super Mario. São produções que foram lançadas não apenas no Mega Drive e nos demais consoles da Sega, mas também para fliperamas, celulares e consoles contemporâneos.
No entanto, não há dúvidas de que o game original ainda é uma das melhores produções da franquia. Um game que recebeu edições para incontáveis plataformas como PS3, Xbox 360, iOS (iPhone), Android, Wii, Nintendo 3DS e Game Boy Advance.
Cartucho
Encontrar o cartucho de “Sonic” no mercado de usados não é difícil. O game vendeu bem no mundo tudo inclusive no Brasil. Além disso, pipocaram cópias piratas nos anos 1990. Um cartucho custa em média de R$ 50 a R$ 100. Uma cópia original e com a caixa não sai por menos de R$ 250. Mas vai uma dica, na Apple Store e no Google Play, o game do bicho azul sai de graça. Baixe lá, pois vale a pena.
Vida longa ao porco-espinho!