Marcelo Jabulas | @mjabulas – Já fazia um tempão que não jogava Tony Hawk’s Pro Skater. A franquia de skate que nasceu no PS1 teve seis edições e parou em 2015. Agora a Activision resgata a série com Tony Hawk’s Pro Skater 1 + 2, que reedita os títulos de 1999 e 2000. Inclusive, no dia 29 de setembro, a franquia completa 21 anos. E acredite, o game é tão viciante quanto há duas décadas.
Ele coloca o jogador em antigas locações, o que gera uma espécie de memória muscular. Os dedos automaticamente buscam os botões para executar ollies, flips, grabs e outras combinações que faziam parte da molecada que gostava de rabiscar sk8 na carteira do colégio e tirar onda com seus tênis Vans e calças cargo. Pelo menos era assim nos anos 1990.
Mas voltando ao game, o novo THPS é um grande barato. Ele permite criar seu personagem, com direito tipos de rosto, sexo, cor da pele, penteados, tatuagens, bonés, gorros, tênis de diferentes marcas, camisetas e bermudas. É uma forma de se reproduzir no jogo.
Um fator importante para quem se aventurar no game é a necessidade de completar o tutorial. Todo mundo sabe que essas lições são extremamente entediantes, mas em Tony Hawk’s são essenciais. Isso porque cada botão do joystick tem uma função. E quando se está competindo é a combinação certa e no tempo certo que irão garantir manobras corretas e boa pontuação. Sem o tutorial, o jogo se transforma numa sequência infinita de tombos.
Desafios
Como nos games originais, o jogador precisa cumprir com os objetivos para desbloquear novas pistas. Tarefas clássicas como coletar as letras S, K, A,T, E, assim como derrubar caixas, executar manobras específicas, encontrar itens escondidos e atingir níveis de pontuação fazem parte da lista de afazeres.
Mas a grande graça do jogo está nas disputas online ou quando se joga de dois, com a tela dividida. O game oferece uma ampla lista de pistas, algumas bem próximos da realidade como pátios de escola e praças, assim como bows e pistas verticais. Tony Hawk’s Pro Skater 1 + 2 também oferece diferentes tipos de disputas, por pontos, por tipos de manobras, assim com limites de tempo que vão de 1 a 10 minutos.
Brasileiros
Tal como o game original, de 1999, a reedição de THPS oferece uma lista de atletas brasileiros, que inclui o campeoníssimo Bob Burnquist, assim como a paulista Letícia Bufoni. A lista ainda inclui skatistas europeus e japoneses, mas é majoritariamente de norte-americanos, inclusive o filho de Tony, Riley Hawk.
Cada um tem níveis de habilidades diferentes. O game também permite que o jogador aprimore seu personagem com atributos, assim como nos estilos como street, vertical e rampa. Com as conquistas, são distribuídos pontos que podem ser gastos nas mais diversas habilidades.
Gráficos e física
O primeiro game da série chamava atenção pelo estilo realista dos cenários. Mesmo com elementos que normalmente não estariam dispostos num cenário urbano, nunca aplicou elementos fantasiosos. O que muda é que agora tudo está em alta definição.
Os cenários foram redesenhados e o detalhamento dos skatistas, assim como roupas e até mesmo seus skates impressionam. Mas é preciso ser franco, muito desse refinamento praticamente não é percebido durante o jogo, pois as atenções estão voltadas para as manobras.
Já a física desafia Isaac Newton. Mas não veja isso como um demérito, e sim como um recurso em prol da jogabilidade. Para começar, o jogador não precisa remar para ganhar velocidade. Para pegar impulso basta executar manobras que enchem a barra de adrenalina. Mas cuidado, um tombo esgota a barra imediatamente.
Outra subversão das Leis de Newton é o fato de o skate subir ladeiras sem esforço, assim como deslizar suavemente sobre gramas, terra e até mesmo andar sobre a água. Melhor que Marty McFly com seu hoverboard flutuante em De Volta Para o Futuro II.
Mais uma vez trata-se de um recurso que ajuda o jogador a manter sua atenção nas manobras e não tomando impulso. Além disso, é preciso entender que Tony Hawk’s Pro Skater 1 + 2 não é um simulador realista, e nem poderia ser. Quem quiser realismo que suba num skate.
Trilha
Quem é fã de skate sabe que em qualquer disputa ou rolê, sempre rola um som. Hardcore, metal, punk, rap e mixagens fazem parte. Em Tony Hawk’s Pro Skater 1 + 2, a lista é vasta e inclui Confisco do Charlie Brown Jr., além de faixas de bandas como Anthrax, Dead Kennedys, Rage Against the Machine, Sublime e Suicidal Tendence.
Editor de pistas
O game também permite criar suas próprias pistas, com rampas, corrimões, canaletas, half-pipes e uma série de obstáculos como cadeiras, mesas, árvores, arbustos e lixeiras. E com o dinheiro que o jogador acumula por vencer desafios ainda é possível adquirir novos itens como loopings e outras estruturas.
As pistas podem ser compartilhadas na rede. Elas vão se tornando tão populares quanto os jogadores. Aliás, o desempenho do jogador é ranqueado por cada pista ou tipo de desafio.
Palavra final
Tony Hawk’s Pro Skater 1 + 2 é uma excelente pedida. Trata-se de um game que se pode jogar sozinho, com amigos ou em rede. São incontáveis desafios que fazem com que os jogadores se envolvam na brincadeira e percam, literalmente, a noção do tempo.
E o melhor: é um game pequeno, que exige menos de 10 GB de armazenamento. Ou seja, além de não ocupar espaço, seu download é muito rápido. Com versões para PC, PS4 e Xbox One, seu preço sugerido é de R$ 200, na versão básica e R$ 230, na edição de luxo.