Oitavo game da franquia, Shinobi III chegou ao Mega Drive em 1993
Marcelo Jabulas | @mjabulas – Sabe o que significa “Shinobi”? É ninja, em japonês. E nos anos 1980 o cinema era dominado por filmes de ação. Ou era de um soldado parrudo, como em “Rambo” ou “Comando para Matar”, ou era um filme ninja. Aliás, longa-metragens com esses mercenários mascarados bombavam nos VHS. E na grande maioria das vezes eram produções bizarras que a gente só assistia na TV Bandeirantes tarde da noite. Se for assistir, vá de “American Ninja”, é o menos bizarro.
E nessa onda ninja, a Sega lançou “Shinobi” para fliperamas, em 1987. Não demorou para o game cair no gosto do público, o que motivou a japonesa a desenvolver uma edição para Master System. Daí em diante a franquia explodiu e a Sega não perdeu tempo.
Enredo
A história de “Shinobi” gira em torno Joe Musashi, um ninja que dedica sua vida a lutar contra o sindicato criminoso Zeed. Em “Shinobi III: Return of the Ninja Master”, o protagonista mais uma vez precisa derrotar a organização.
Naquela época poucos games contavam com uma história densa. Basicamente se limitava aos jogos de RPG. Nos títulos de plataforma, luta e Beat ‘em up, qualquer lorota era válida para justificar as fases.
O game chegou em 1993, com um ano de atraso. A Sega deu bomba na versão preliminar, o que prolongou o período de desenvolvimento. A demora acabou valendo a pena, pois o título teve recepção positiva.
Jogabilidade
Um dos pontos positivos do game é sua jogabilidade. “Shinobi III” é um game fluido, menos cruel que seus antecessores como “Shadow Dancer” e “Revenge of Shinobi”. O andamento do jogo é mais dinâmico. O jogador não fica empacado tentando matar um inimigo simplório.
A movimentação do personagem também evoluiu. Joe é capaz de escalar paredes com saltos, assim como aplicar voadoras, o que torna as coisas mais práticas. O pulo duplo de “Revenge of Shinobi” foi mantido, o que facilita a esquiva de golpes de chefes de fase.
O game conta com fases convencionais de um game de plataforma e outras em movimento. Musashi combate a cavalo e também num jet ski. Como todo game do início dos anos 1990, o título tem chefes grandalhões. O primeiro é até modesto, assim como o cérebro robótico da segunda fase.
Gameplay
Jogar “Shinobi III” não exige grande preparação. Como todo game de plataforma, o segredo é ficar atento aos padrões de movimento dos inimigos e elementos do cenário. O mesmo é válido para os chefes de fase. Eles têm ataques poderosos, mas rapidamente se aprende a esquivar e atacar no momento correto.
Uma dica boa é conferir a sequência de botões, pois não há nada mais broxante como gastar o especial logo quando o game começa. Vale a pena reduzir a dificuldade na primeira experiência, assim como aumentar o número de shurikens iniciais. Depois aumenta o nível e reduz a quantidade de lâminas para tornar a brincadeira mais desafiadora.
Gráficos
Visualmente “Shinobi III” mostra clara evolução diante dos games anteriores. O game conta grandes volumes de sprites móveis, assim como os elementos de fundo de tela. Folhas voando, capim balançando, assim como a movimentação dos inimigos que é menos robotizada do que os antecessores.
O nível de detalhamento também é caprichado, com personagens bem desenhados e uma paleta de cores que cria efeito de profundidade dos elementos.
Onde jogar Shinobi III
O jogo é exclusivo para Mega Drive. No entanto, recebeu edições para 3DS e no Virtual Console da Nintendo. No mercado de usados as fitas custam entre R$ 50 e R$ 200, dependendo do estado de conservação.
Veredito
“Shinobi III: Return of the Master Ninja” é um legítimo jogo de plataforma. Trata-se de um game, no entanto, que reduz aquela lógica draconiana dos jogos de fliperama e aposta numa jogabilidade mais amigável. Um ótimo game, que estimula a jogar seu antecessores. Ele foi o último título em cartucho da franquia, seu sucessor estreou em 1995 no Sega Saturn. Mas aí é outra história.