Marcelo Jabulas | @mjabulas – A Nintendo publicou simultaneamente “Pokémon Scarlet” e “Pokémon Violet”, que são basicamente o mesmo jogo. Mas antes de falarmos dos games, é preciso explicar o fenômeno Pokémon, que remonta às origens da Big N, há mais de 130 anos.
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Quando a Nintendo foi fundada em 1889, seu negócio era o mercado de baralhos. Ela produziu por décadas um jogo de cartas muito popular no Japão. Aí surgiu o mercado de videogames e ela dominou o mundo com Super Mario, Donkey Kong e demais personagens que se tornaram parte da cultura popular.
Ela vendeu milhões de consoles, desbancou de vez a Atari, que ficou parada no tempo e obrigou rivais como Sega e NEC a desenvolverem consoles com leitores de dicas. Mas a Nintendo nunca desistiu das cartas e desde o final dos anos 1980 trabalhava no projeto “Pocket Monsters”, que foi acompanhado de perto por Shigeru Miyamoto, o homem forte da casa, que criou Mario, Zelda e Donkey Kong.
o game agrada #PokemonScarletViolet #NintendoSwitch pic.twitter.com/EksCVSlym9
— Marcelo Ramos, o Jabulas (@MJabulas) December 9, 2022
O jogo de cartas chegou em outubro de 1996, junto com um RPG para Game Boy que era vendido como “Pokémon Red Version”, “Blue Version” e “Green Version”. Apesar de uma certa desconfiança, tanto o jogo de cartas como videogame caíram no gosto do público. E para ajudar a embalar as vendas, a Nintendo foi cirúrgica e criou um desenho animado, contando as aventuras de Ash e Pikachu.
Não é preciso dizer que deu certo. Pokémon é a franquia de videogames mais rentável da indústria e já faturou mais de US$ 90 bilhões. Número três vezes superior a “Super Mario Bros”. E estamos falando apenas dos jogos eletrônicos, pois as caríssimas cartas de baralho somam nada menos que 30 bilhões de unidades vendidas.
A franquia “Pokémon” se tornou um negócio tão lucrativo que, em 1998, a Nintendo criou a Pokémon Company, com sede em Tóquio. A divisão é dedicada aos produtos da linha.
Isso tudo foi para dizer que “Pokémon Sarlet” e “Pokémon Violet” chegaram na segunda quinzena de novembro, na boca do Black Friday, para Nintendo Switch. E seguindo a tradição superlativa de tudo que leva o nome da turma de Pikachu, os dois games (que são praticamente os mesmos) venderam mais de 10 milhões de unidades em três dias.
No universo Pokémon os números são troco de pão, mas qualquer jogo que vende 10 milhões de unidades em 72 horas é um sucesso de vendas. Mas vamos ao jogo.
Pokémon Scarlet
Testamos a versão “Scarlet”, que custa R$ 300 na edição digital, mas que pode chegar a R$ 400 em mídia física. Um valor absurdo, mas os exclusivos do Switch geralmente são caríssimos. A Nintendo vende o combo com os dois jogos por R$ 598. Um absurdo.
Rodamos o game no Switch Life, versão portátil do console da Big N. Nesse game o jogador segue a trajetória de todo personagem da franquia. Ele é um aprendiz de treinador, que estuda numa academia e tem como objetivo de vida capturar e evoluir seus monotrilhos.
O que difere “Violet” de “Scarlet” é a academia que o personagem estuda, e alguns monstros que são exclusivos para cada título. O resto é a mesma coisa. O game oferece três desafios: Victory Road, Path of Legends e Starfall Street. São batalhas contra líderes, batalhas contra os pokémons titânicos e busca das herbas místicas, que amplificam as habilidades dos monstros. E por fim, uma batalha contra os líderes do Time Star.
Para chegar aos desafios, o jogador precisa vagar por um imenso mapa, com diferentes paisagens, em busca de novos pokémons e também para evoluir suas criaturas. O jogador tem liberdade para ir onde bem entender. É como jogar “GTA”, mas sem uma escopeta.
As batalhas seguem o padrão do desenho animado e das cartinhas. O jogador escolhe um tipo de ataque e dispara contra o bicho a ser combatido ou capturado. A lógica da batalha é por turnos, como em “Final Fantasy”.
Vagar pelo cenário em busca de novas criaturas é bacana e necessário. Afinal, quanto mais pokémons o jogador tiver, mais são as chances de vitória nas batalhas. Além disso, cada luta vencida garante pontos de evolução para os bichos.
Visual e bugs
Os gráficos de “Scarlet” ou “Violet” são agradáveis, com texturas que lembram “Zelda: Breath of the Wild”. É um game bonitinho, apesar das vestimentas estudantis do protagonista ser um tanto cafona. No entanto, dá para “personalizar” numa lista nada encorajadora. Mas a gente entende. Afinal é um jogo da Nintendo e não da Rockstar Games.
Os games tiveram uma enxurrada de críticas. A maioria pelo excesso de bugs do jogo. No indexador de notas Metacritic, os jogos tiveram avaliação 72 e 73, no ranking de avaliações. Já na pontuação dos usuários as notas foram 3.1 e 3.7, com quase 1,2 mil comentários negativos em “Scarlet” e mais de 500 reclamações em “Violet”.
Palavra final
“Pokémon Scarlet”, ou “Violet”, é uma evolução do game original de 1996. Na prática o jogador precisa adquirir conhecimento sobre as criaturas e aprender a capturá-las e treiná-las. A diferença é que o jogador tem uma paisagem vasta e diversificada para explorar. Assim, a dica é comprar apenas um dos dois, não importa qual, pois além disso é jogar dinheiro fura. Muito dinheiro.