Marcelo Jabulas | @mjabulas – Neste sábado (8), “Mortal Kombat” completa 30 anos de seu lançamento. E vamos relembrar como esse clássico chegou aos fliperamas e depois aos consoles domésticos.
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O mercado de games em 1992 passava por uma transição entre o conceito infantil dos jogos da Nintendo e um modelo mais maduro para atrair adolescentes e adultos, que jogaram “Pac-Man” e “Super Mario Bros”, mas perderam o interesse nos games. Sangue era necessário para atrair a rebeldia dos jovens.
E naquela mesma época “Street Fighter II” reinava absoluto nos fliperamas do mundo todo. A norte-americana viu potencial no game da Capcom e adicionou o que a rapaziada queria: sangue, litros de sangue, combinados com capturas de atores reais digitalizadas.
O resultado dessa cozido a molho pardo se chama “Mortal Kombat”. O game de luta foi publicado no dia 8 de outubro de 1992, há exatos 30 anos.
Reza a lenda que o game foi inspirado no longa-metragem “Aventureiros do Bairro Proibido”, estrelado por Kurt Russell, com uma pegada oriental, um chefão remetia ao vilão do filme.
Treta no Congresso
Mas o que chamou a atenção da molecada (e também do Congresso dos Estados Unidos) foi excesso de violência do game. A Midway chutou o balde com toda a força em “MK”. O sangue jorra o tempo todo no game e adicionou golpes sádicos e finalizações brutais, chamados de Fatality.
Arrancar o coração, cabeça, coluna vertebral, carbonizar o oponente faz parte do menu de sadismo do game. Imagens que deixaram os congressistas boquiabertos.
Mas “Mortal Kombat” prevaleceu. O game chegou a ser modificado para Super Nintendo, sem adição de sangue, para acalmar os políticos de Washington. A Sega não deu bola e bezuntou o game de catchup.
O excesso de violência fez do game um sucesso e máquinas de “MK” começaram a brotar na casas de jogos e botecos. O bom desempenho chamou a atenção de Hollywood e o game ganhou uma série de longas-metragens. Observação: o primeiro é o melhor.
A franquia ainda ganhou várias sequências, cada vez mais grotescas e divertidas, com direito a adoção de personagens como Rambo, Robocop, Jason, Freddy Krueger e o exterminador do futuro.
Gameplay de Mortal Kombat
“Mortal Kombat” coloca o jogador num torneio em que é preciso literalmente massacrar seus oponentes. O jogador pode escolher entre os personagens: Scorpion: Sub-Zero, Kano, Raiden, Sonya, Cage e Liu Kang.
Depois de derrotar todos eles, o game coloca o jogador para enfrentar seus adversários em dupla. Eliminada as duplas é a hora de lutar contra os chefões: Goro e Kung Lao.
O primeiro é uma criatura gigantesca com quatro braços. O segundo é um bruxo cheio de poderes. O game também adiciona desafios como quebra de tijolos, que aumentam a pontuação do jogador.
Vale lembrar que “Mortal Kombat” é um game dos anos 1990, em que a grande obsessão dos jogadores era ter seu nome no alto do placar. Assim todo ponto importava e duelar com outros jogadores amplificava ainda mais a pontuação.
O grande barato não era chegar ao final, mas ficar horas arrancando fichas dos outros jogadores que entravam para te desafiar.
Visual de Mortal Kombat
Além do excesso de sangue e desmembramentos, “Mortal Kombat” se destacava pelos gráficos super realistas para a época. O game contou com captura de atores reais. As imagens foram digitalizadas e aplicadas ao game. Nos monitores de tubo, dos anos 1990, as imagens eram muito parecidas com o que víamos na TV.
Hoje pode soar tosco, mas há 30 anos era algo surreal e mostrava como a indústria buscava soluções mais refinadas que o Pixel Art e gráficos vetoriais. Assim, “MK” é quase um filme trash, mas é maravilhoso.