Marcelo Iglesias
Nunca fui um habitue de games multiplayer, principalmente os MMORPG, que sempre considerei jogos que apenas servem como caça-niqueis de adolescentes. No entanto, como todos os consoles modernos oferecem suporte on-line e praticamente te obrigam a manter uma conexão na web, não há como fugir de uma ou outra partidinha on-line. Bom, no meu caso, ainda guardo memórias rancorosas de Counter Strike, febre das lan-houses, no início dos anos 2000. As poucas vezes que habilitei a jogá-lo, em público, era trucidado quase que de imediato por alguns moleques e ainda ouvia suas risadas sarcásticas. Era menos constrangedor enfrentar os Bots.
Mas no conforto do lar, sem ver ou ouvir ninguém tirando sarro, dá até para se aventurar. E depois de algum tempo analisando alguns títulos é possível entender o comportamento dos jogadores, assim como quem joga em determinados horários, além de outras “métricas”. Para se ter uma noção, um título consolidado no meio multiplayer (vamos deixar as franquias Call of Duty e Battlefield de fora), como Max Payne 3, é possível antecipar como seu desempenho apenas pelo horário em que se entra nas salas de jogos.
Por exemplo, pela manhã é muito fácil se deparar com moleques europeus e alguns adultos asiáticos, devido ao fuso. A meninada acabou de chegar da escola e os marmanjos estão naquele momento de descontração após um dia de labuta, ou varando a madrugada. Nesse horário é preciso paciência e perseverança, pois essa turma conta com banda larga de altíssima velocidade e são verdadeiros ratos de multiplayer. Fatalmente seu desempenho será medíocre em relação aos demais.
Se o amigo decidir jogar à tarde, encontrar os notívagos do Leste Europeu e uma molecada das Américas. Dá até para conseguir um desempenho melhor, mas contra a meninada qualquer um que tiver mais de 25 anos sofre com os dedos a jato da turminha. Dessa forma o melhor horário é durante a noite, quando a maioria é composta de adultos das Américas, com velocidade de banda mais balanceada. Aí sim dá para para ser bamba.
Luta
Já nos games multiplayer de luta, não há muita diferença de horário e conta muito mesmo é o título. Em Street Fighter IV e demais variações, é muito difícil ser competitivo. Principalmente se o amigo for daqueles que iniciaram sua “carreira” nos fliperamas. No joystick, a movimentação é diferente, mesmo com o analógico. Ganhar um round, para iniciantes, demora muito. Uma luta então…
Mas, não é impossível e exige treino e um pouco de dedicação. Em SFIV, quando jogador está on-line, a lógica é a mesma de um fliperama. O sujeito está jogando, feliz da vida, e chega um carinha com uma ficha e te desafia. Nos consoles o padrão é o mesmo e a todo instante o jogador é interrompido para uma disputa em rede. Uma boa opção para o ego Tekken Revolutions. O joguinho permite que até quem é ruim de manete consiga algum êxito na rede.
Corrida
Nesse segmento a coisa fica feia para quem não é do metiê. Além de ter boa experiência com o título, é necessário investir em infraestrutura como se fosse uma escuderia de verdade. Além de uma banda larga de alta performance é fundamental gastar em volantes e até mesmo em bancos para se ter uma posição de pilotagem adequada. Gran Turismo 5 ou 6 e F1 2012 e subsequentes por exemplo são cruéis com os novatos. No caso de GT6 uma dica é participar de eventos temporários, de tomadas de tempo. Lá é possível acompanhar o desempenho dos demais competidores.
Ou seja, depois de tudo isso, a única conclusão que se pode chegar é que esses malditos multiplayers roubam sua vida, nem que seja por algumas alucinantes horas!
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