Marcelo Iglesias
Desde a E3, em junho, Fallout 4 se tornou um dos principais assuntos da imprensa especializada. Pode parecer chover no molhado, para um game de tiro como Call of Duty, ou jogo de esporte como FIFA ou PES, mas poucos títulos de RPG chamam atenção como a série da Bethesda. Com jogabilidade semelhante ao um game de ação, enredo bem elaborado e campanha complexa, a franquia se tornou referência no meio gamer, assim como o “primo” The Elder Scrolls.
O novo episódio acabou de chegar ao mercado superando todas as expectativas, com edições para os consoles da atual geração, gráficos incríveis, um mapa gigantesco e a possibilidade de reerguer o que sobrou do mundo. Uma percepção imediata foi ausência de “bugs”nas edições para consoles. Quem jogou Fallout 3 ou Fallout New Vegas no PlayStation 3 sabe muito bem o que é sofrer com o excesso de erros, que inexistiam no PC. Fallout 4 roda liso tanto no PS4, quanto no Xbox One. Num PC “parrudo”, é um espetáculo visual.
Para fugir do senso comum das edições anteriores, em que o protagonista que vivia num abrigo nuclear sai para explorar a terra devastada, a nova aventura dá ao jogador a possibilidade de reconstruir as sobras da civilização nos arredores de Boston. Assim com games mais modernos como Metal Gear Solid V: The Phantom Pain, o jogador precisa de administrar recursos, que vão além do inventário básico exibido no assistente Pip-Boy.
Entre as atribuições está a necessidade de desenvolver áreas conquistadas, construindo instalações diversas para trazer progresso ao local. As tarefas de reconstrução seguem a lógica do mobile Fallout Shelter, publicado no início do segundo semestre, em que o jogador deve construir um abrigo para aumentar a população e torná-los mais felizes, assim como ocorre no joguinho para celular.
Graficamente o game evoluiu significativamente. Como foi projetado para a atual geração de consoles, os produtores puderam abusar mais dos recursos gráficos, sem as limitações da antiga geração. Os cenários são detalhados, repletos de construções devastadas que permitem exploração, assim como florestas apinhadas de mutantes e radiação. O personagem assim como os equipamentos estão mais refinados e com efeitos mais realistas.
Os combates seguem o padrão semelhante das antigas versões com o sistema VAT, em que o jogador pode definir a estratégia de luta, fixando os locais a serem atingidos. Quem quiser partir para a quebradeira, achando que está jogando God of War pode até tentar a sorte, mas o combate via VAT é mais eficaz. A oferta de armas brancas e de fogo também é maior que nos antecessores e contribuem para a truculência dos embates.
Depois de quase 20 anos, troca de produtoras e estilo de jogo, Fallout 4 prova que a série distópica criada em 1997 pela Interplay continua sendo um dos melhores RPG’s ocidentais, capaz de brigar em pé de igualdade com as produções japonesas. O melhor de tudo é que o game já pode ser encontrado por menos de R$ 170 nas versões em disco, uma vez que o preço sugerido inicialmente era de R$ 250. Vale cada centavo!
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