Quem joga videogame sabe que o grande objetivo de qualquer jogo é a vitória. E há algum tempo os desenvolvedores e distribuidores descobriram que é possível faturar alto com o comércio de privilégios. A prática de venda de créditos e vantagens, que já é rotineira nos jogos para dispositivos móveis como tablets e smartphones, começa a ganhar força na nova geração de consoles. Vários títulos para PlayStation 4 e Xbox One contarão com a venda facilidades.
Tudo bem que o leitor pode até questionar que desde o lançamento do PS3 e do X360 já era possível adquirir itens exclusivos por meio dos downloadable content (DLC), em forma de pacotes de mapas, armas, missões extras, dentre outros itens que elevam experiência de jogo. A versão para PS3 de “The Godfather” permitia que o jogador comprasse armas especiais, que antes só poderiam ser adquiridas após a conquista de inúmeras missões.
Novo formato de arrecadação
Mas o negócio tem mudado de formato, desde que os games para dispositivos móveis começaram a se popularizar. O modelo de arrecadação seguiu a tendência de desenvolvedores de aplicativos que oferecem o software gratuitamente e depois cobram por recursos extras. E se em um programinha para celular a receita deu certo, o que impediria de funcionar nos games? Foi com essa ideia que a nova galinha dos ovos de ouro foi fecundada.
Hoje, o negócio tem ganhado um formato diferente. Ao invés de adquirir um pacote de conteúdo, o jogador tem acesso a um sistema câmbio em que se pode comprar créditos do jogo com moeda real. É muito mais rentável, pois se pode vender para o mesmo jogador inúmeras vezes. Um exemplo é “Grand Theft Auto V”, que no modo on-line permite que o jogador faça transação cambial para poder expandir seus domínios no mundo do crime.
Visão Gamecoin do F2P
Quem também vai apostar nesse modelo de comércio é “Gran Turismo 6” que contará com “planos” de crédito para a compra de automóveis. O formato utilizado por “GT6” é muito parecido com o modelo aplicado em “Real Racing 3”, da Electronic Arts, para dispositivos móveis. Nele, toda vez que se inicia a sessão aparece um carrão com preço promocional só para instigar o jogador a torrar alguns trocados no “doleiro” virtual. No entanto, ao contrário do simulador para PS3, o joguinho da EA é distribuído gratuitamente, no formato “Free-to-Play” (F2P), como “Tekken Revolution”, também para o PS3, em que o jogador precisa comprar “fichas” para jogar nos modos off-line ou on-line.
E não adianta espernear que além de gastar com o título o jogador terá que investir em aquisições para ter vantagem competitiva, pois os executivos de grandes selos e estúdios estão adorando esse recurso para gerar recitas. Um deles é o diretor Avalanche Studios, Christofer Sundberg, que considera o negócio saudável e vital para a indústria. Aliás, quem seria o insano de dizer o contrário?
Recentemente, o presidente SuperData Research (empresa especializada em solução Free-to-Play), Joost van Dreunen, apontou que a adesão em massa dos jogos gratuitos em rede alterou o formato de de se fazer dinheiro com games. “A monetização tornou-se um componente fundamental da nova paisagem. Hoje só os Estados Unidos contam com 46 milhões de jogadores. Não há como fechar os olhos para essa realidade, pois 70% da receita de jogos vêm dos modelo F2P”, analisa. Só que no caso dos novos consoles, poderemos contar nos dedos quais serão os games distribuídos gratuitamente!