Marcelo Jabulas – Princípio, meio e fim. É assim que um game se constitui. Segue um padrão utilizado desde quando começamos a falar ou contar nossas histórias nas cavernas. É assim com um livro, teatro, gibi, filme, novela ou música. E no mundo dos games não é diferente. Você começa o jogo, passa uma, duas, três fases, enfrenta o chefe, conquista o tesouro, chega aos créditos e fim. No entanto, Dreams propõe ser algo diferente. Um game que tem apenas o ponto de partida. Daí em diante é com você.
O game da Midia Molecule, estúdio que ficou conhecido pela simpática série Little Big Planet, coloca o jogador num universo de criação. O jogador tem liberdade de criar seu game, fazer música, desenhar e compartilhar tudo isso na rede do jogo.
Para que isso seja possível, o jogador pode utilizar joystick ou PS Move, que é aquele controle em forma de bastão com um bola na ponta. Com o tradicional Dualshock 4, o jogador tem duas formas de manusear o game: pelos direcionais ou pelo sensor de movimento do controle.
O sensor de movimento serve para o jogador manipular o bichim. É o avatar do jogador. Trata-se de uma coisinha felpuda e simpática que interage com o cenário, abre fases e serve para ser as mãos do jogador no processo de criação. Os direcionais, no entanto, servem para jogar as fases do game.
Faça você mesmo
O modelo de compartilhamento de fases de Dreams tem uma lógica muito parecida com Super Mario Maker. O jogador conta com uma série de recursos para construir sua aventura e depois compartilha na comunidade do jogo.
No entanto, o game tem uma estética muito diferente do game do bombeiro bigodudo. O jogo oferece diferentes elementos, com estilos visuais variados, que tomam emprestado formas de incontáveis escolas de estilo.
Assim, cada game criado é único, tal como as diferentes expressões artísticas do game. Além disso, o título oferece diferentes estilos de jogabilidade. É possível criar games 3D em terceira pessoa, ou um nostálgico jogo de plataforma 2D. O que não faltam são ferramentas para criar.
Pequenos
Dreams surge como um game amigável para crianças. Ele permite que os pequenos viagem em suas criações. Trata-se de um game que retira os atraentes e vendáveis elementos de violência, que nem sempre são indicados para a criançada.
Se o amigo não se considera um grande artista plástico, compositor ou designer de games, não tem problema. Basta se divertir com os conteúdos criados pelo próprio estúdio ou pela comunidade.
Dreams é tão legal, que estúdios como a Naughty Dog (Uncharted e The Last of Us) parabenizou a Midia Molecule pelo lançamento do game, no Twitter.
Congrats to our incredible friends at @mediamolecule on the launch of Dreams! We are so inspired by your boundless creativity and the amazing platform you’ve made for others to express theirs. ❤️ pic.twitter.com/DKqvEPdHdP
— Naughty Dog (@Naughty_Dog) February 14, 2020
Palavra final
Dreams é um daqueles games que fogem ao padrão convencional da indústria de jogos. Um título sofisticado, que conta com dublagem em português e instruções bem claras para o jogador criar seus games, sua música, desenho. Trata-se de um jogo em que as horas voam e o processo de criação é tão excitante quanto joga-lo. Melhor ainda é quando seu conteúdo cai no gosto do público e massageia seu ego.
Exclusivo para PS4, o game tem preço sugerido de R$ 165, valor abaixo dos habituais R$ 200 cobrados por um lançamento. Vale cada centavo.