Marcelo Iglesias
James Cameron é bom de marketing, pois conseguiu transformar um filme de enredo mediano em fenômeno de bilheteria, graças aos efeitos especiais e aos óculos 3D, que eram uma coqueluxe na época de seu lançamento. A trama não passa de uma espécie de “Dança com Lobos” high-tec, na qual desbravadores impiedosos aterrorizam nativos puros. Mas, graças a um forasteiro rebelde e de coração valente, a máquina de guerra sucumbiria às flechas dos fracos. No entanto, não se pode dizer o mesmo de James Cameron’s Avatar: The Game, lançado em 2009, junto com o filme, que consegue ser tão divertido quanto o mundo 3D do longa.
Produzido e distribuído pela Ubisoft,o jogo apresenta história anterior à narrativa do filme, no início das operações na terra dos smurfs anabolizados. Uma das poucas personagens destacadas no jogo é a Dra. Grace, no mais é uma nova história. O jogador assume o papel de um militar especialista em códigos que é enviado a Pandora para trabalhar na colonização do satélite – isso mesmo Pandora é uma lua, já que fica na órbita de outro planeta, muito maior. Essa informação não servirá de nada em sua vida e muito menos na experiência de jogo, mas como faz parte da fantasia de Cameron, resolvemos dar uma colher de chá para o diretor.
Uma de suas obrigações é se inteirar com os Na’vi e aprender sobre sua cultura. Porém, o game oferece diversas missões paralelas, como proteger as bases, resgatar soldados e concertar equipamentos. Tudo em um grande mapa aberto, o que torna o game bastante interessante.
Com vasta quantidade de informações, o jogador vai coletando dados durante a campanha e armazenando-os na chamada “Pandoropedia”, na qual é possível conhecer todos os elementos do game, como lugares, seres, plantas, que estão presentes no filme, mas sem o mesmo tipo de explicação.
Avatar: The Game pode até deixar o jogador desconfiado, uma vez que a grande maioria dos títulos produzidos no rastro de longa-metragens costumam ser uma grande porcaria. Mas Avatar: The Game não faz feio, pelo contrário. Apesar de ser um jogo publicado há seis anos, o que se vê são belos gráficos e boa física, graças ao engine gráfico Havok.É claro que tem suas limitações, como por exemplo a pouca interferência com o cenário.
Como no filme, no jogo, o usuário tem um avatar e precisa cumprir missões em seu próprio corpo, também na pele do gigante azul. Um dos destaques é a possibilidade de pilotar diversos veículos, como jipes, lanchas, helicópteros, além de montar no animais nativos do satélite. Outro destaque é o arsenal, com diversas armas e armaduras que recebem upgrades automáticos toda vez que o jogador sobe de nível. O jogador pode carregar até quatro armas ao mesmo tempo, mas o game permite trocar por outras a qualquer momento. Além disso, munição é mato, pois há depósitos por todos os cantos.
A jogabilidade é simples e intuitiva, sem a necessidade de decorar milhares de comandos inúteis. Além disso, há tutoriais bem objetivos para cada tipo de condução, como pilotagem, montagem e por aí vai. É iniciar a partida e sair jogando! No frigir dos ovos, James Cameron’s Avatar: The Game surpreende por manter a essência da obra, mas sem se tornar refém do roteiro original.
Disponível para PC, PlayStation 3, PSP, Xbox 360, 3DS e Wii.
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