Marcelo Jabulas | @mjabulas – Para a molecada de hoje, acredito que “Street Fighter II” seja apenas um jogo velho de luta. Mas para a minha geração é um dos games mais importantes de todos os tempos. “Street” completou 30 anos em fevereiro e ao contrário de grande parte dos títulos de fliperama, ele não demorou nada para chegar a Belo Horizonte.
Aos 12 anos, nosso raio de ação ainda era limitado. A gente perambulava pelo bairro, mas as escapulidas de ônibus para o Centro eram esporádicas. Mas “Street” chegou aos botecos da vizinhança. Claro que o game virou um vício. A gente sonhava com o jogo. Carregamos inúmeras vezes a feira das senhoras que saiam do sacolão para descolar umas moedas e torrar na máquina.
Hoje 30 anos depois, “Street Fighter II” ainda é um dos games mais importantes da história da indústria de jogos. Mesmo que o gênero de luta tenha sido eclipsado pelos games online de tiro e estratégia, ainda tem uma galera cativa. Não sei como é como você, mas sempre que topo com uma versão qualquer do game, seja num console, emulador, celular, fliperama de aniversário, sempre jogo “uma ficha”, só para ver até onde eu vou.
Super Nintendo
Lembro muito bem quando o primeiro cartucho de “Street Fighter II” de Super Nintendo chegou na locadora do bairro. Ele não podia ser locado, era utilizado para uso na loja. No final do dia, o dono levava o cartucho embora, com medo de ele ser furtado.
Há uns seis anos comprei uma cópia original do game, que ainda tenho e mantenho bem guardada em casa, junto com meu SNES. É um jogo fantástico, apesar de vir apenas com oito lutadores jogáveis (como no arcade original de 1991).
A qualidade gráfica ainda impressiona pela qualidade, assim como o refinamento do áudio. Para poder jogar sem medo de detonar os joysticks originais (que já têm quase 30 anos) comprei um par de controles no Mercado Livre. Eles são um pouco mais duros, mas funcionam muito bem. Sempre que ligo o SNES, tenho que soprar a fita e jogar umas fichas.
Tela verde
Recentemente joguei pela primeira vez a edição de Game Boy. Essa versão chegou ao mercado em 1995 e tinha uma lista com nove lutadores. Ficaram de fora Vega, E. Honda e Dhalsim. Monocromático e com gráficos simplificados, essa versão permite ajustar a dificuldade e até jogar de dois (com dois aparelhos conectados por cabo).
Claro que rolou aquela “fichinha”. Mas o jogo é fácil. Com apenas um botão de chute e soco, e com velocidade mais baixa. Chegar ao M.Bison não leva mais que 15 minutos. Mas mesmo assim é muito legal.
Ainda mais quando a gente pensa como esse game deveria ser incrível nos anos 1990, numa época que a galera se apinhava nos fliperamas e locadoras. Ter “Street Fighter II” no bolso era algo magnífico.
Super Street Fighter II: Turbo Revival
Outra edição de bolso espetacular é “Super Street Fighter II: Turbo Revival”, publicado em 2001 para Game Boy Advance. Trata-se de um game excelente, com ótimos gráficos e jogabilidade.
Com os 16 lutadores do game do fliperama e com quatro botões de golpes, é uma das melhores opções portáteis de “Street Fighter II”. Aliás, o GBA é um dos melhores portáteis já produzidos. Para um consoles com mais de 20 anos, é impressionante a qualidade dos jogos.
Super Street Fighter II: HD Remix
Pessoalmente, uma das melhores edições de “SF2”. Publicado para PS3 e Xbox 360 em 2008, ele chegou pouco depois de “Street Fighter IV”. Era mais uma das incontáveis reedições que a Capcom é mestre em fazer.
No entanto, é um game excelente, pois permite ajustar modos de jogabilidade e tem um nível de dificuldade contra a máquina que é assustador. Ele conta com os 17 lutadores do game, inclusive com Akuma, que não aparece na listagem.
Visualmente o game foi redesenhado para telas 16:9 e com visual em alta definição. O visual em pixel art deu lugar a um estilo cartunesco, muito sofisticado. Um game formidável.
Alpha 2
Acredito que poderia ter tido melhor desempenho no ensino médio se não fosse por “Alpha 2”, uma das versões que mais gostava de jogar no fliperama. Essa versão de 1996, tinha gráficos mais sofisticados em relação aos antecessores.
Com 18 lutadores, além de Akuma, o game adiciona Dan, Rolento, Byrdie, Sakura e até Sodom, de “Final Fight”. É um game rápido com variedades de especiais. Com edições para Super Nintendo, PSone, PC e Sega Saturn, é uma ótima pedida.
Coleção
No entanto, não poderia fechar sem lista o indispensável “Street Fighter 30th Anniversary Collection”. Lançado para PC, PS4, Xbox One e Nintendo Switch, essa coletânea vai desde o primeiro game, de 1987, até a última edição de “SFIII”. Tem até a edição de “rodoviária”.
Nele é possível vivenciar a evolução da franquia. Como o game evoluiu na oferta de personagens, conteúdos como a barra de turbo e demais elementos que buscavam tornar a franquia ainda mais competitiva. Se o amigo é fã da série, precisa ter esse game na coleção.
E assim, vamos vivendo um dia de cada vez, com um Hadouken daqui, um Spin Body Kick dali e vida que segue!
Street é foda!