Marcelo Jabulas | @mjabulas – O cronograma de lançamento atuais demanda uma complexa estratégia de lançamento, que inclui monitoramento da concorrência, atenção à sazonalidade, distribuição e abastecimento e por aí vai. Mas na década de 1990, a banda tocava diferente.
No dia 22 de dezembro de 1995 a Nintendo lançou para Super Nintendo, Final Fight 3, episódio derradeiro da franquia que definiu o gênero Beat ‘em up. Isso mesmo, há três dias do Natal, numa época em que jogos via download eram ficção científica.
Timing
O jogo estreou nas lojas japonesas e só chegou ao mercado norte-americano no dia 4 de janeiro de 1996 e somente em março, na Europa. O mais estranho é que seria o último grande Natal para a geração Super Nintendo (Super Famicom, no Japão), já que Nintendo 64 estrearia em junho seguinte. Ou seja, o game chegou totalmente fora de hora.
Apesar do timing totalmente non sense, Final Fight 3 é uma boa produção, mesmo que tenha ficado apagada, em relação aos seus antecessores. O título resgata os personagens Guy e Mike Haggar, e adiciona os novatos Dean e Lucia.
A história volta a se passar na cidade de Metro City, onde Haggar é prefeito. Uma nova gangue inicia o caos na cidade e os dois amigos saem nas ruas para varrer a criminalidade.
Jogabilidade
Em FF3 a Capcom adicionou elementos como a barra Super (que se enche a medida que o jogador aplica golpes), assim com comandos para golpes especiais. Guy conta com um movimento tipo o Hadouken de Ruy, em Street Fighter II.
Apesar de ser um game feito para o Super Nintendo, a jogabilidade ainda mantinha resquícios dos jogos dos games de fliperama, como o cronometro para completar os estágios. Alimentos, itens de pontos e armas também foram adicionados para ajudar o jogador.
No entanto, este game é mais fácil de se vencer que os jogos de pancadaria para máquinas de fliper. Isso porque naquela época a lógica do game papa-fichas tinha dado lugar ao da experiência do jogador. Ou seja, é mais fácil jogar “Final Fight 3” do que o título original de 1989.
A tônica do game é sair dando porrada em quem aparecer no cenário. O jogador deve ficar atento para não ser encurralado, o que pode custar rapidamente uma das vidas.
Gráficos
Em 1995, o Super Nintendo estava na sua reta final e assistia a evolução da concorrência. A Sega já tinha lançado seu módulo de CD e também o acessório 32x para o Mega Drive. O consórcio formado por Panasonic, Sanyo e GoldStar se aventuraram no revolucionário 3DO. E para piorar, a Sony, que tinha acabado de romper com a Nintendo, e lançado a primeira geração do PlayStation.
Assim, Final Fight 3” estreou visualmente defasado. Afinal, os games poligonais em 3D estavam em alta e a molecada não queria saber de games em estilo Pixel Art.
Mesmo assim, não se pode negar que o game tem bons gráficos e permite que o jogador interaja com elementos do cenário, como vidraças e demais objetos que podem ser destruídos. Definitivamente não é um jogo feio, mas não tinha o mesmo impacto que o primeiro episódio causou com seus personagens grandões e bem definidos.
Onde encontrar?
A forma mais fácil de encontrar o game é no Virtual Console do finado Wii, ou baixando na velha mutretagem dos sites de emulação. Em sites como Mercado Livre, um cartucho pode variar de R$ 65 a R$ 600, dependendo do estado de conservação, principalmente se for original.
Assim, há 25 anos Final Fight completava sua trilogia, praticamente encerrando a Belle Époque dos românticos games 16 Bits. Um game tardio, que se tivesse chegado semanas antes talvez tivesse escrito melhor seu nome na história dos games.
Fala Giovani! Beleza? Realmente Final Fight foi um divisor de águas, um game que moldou o estilo Beat ‘em Up. Um game que depois de 25 anos ainda é legal de jogar. Simples e divertido.
Final Fight foi o jogo que mais me cativou no período dos arcades. Street Fighter, por exemplo, joguei muito mais no Super Nintendo.